terça-feira, 14 de abril de 2015

Produção de alimentos alternativos ao longo da história

          A história da agricultura no Brasil e no mundo remonta a um período na História humana conhecido por Neolítico. Possuem ambas aspectos comuns embora a Neolitização tenha ocorrido numa configuração mais particular a cada comunidade, isto é, fruto das experiências de vários povos, e menos como fenômeno generalista e homogêneo.
            Esta soma de experiências diversas e complementares proporcionou no entanto, um crescimento inimaginável para as populações originais da nossa espécie. Os rumos da agricultura passaram da subsistência ao estoque, e deste ao excedente. Sucedeu ao excedente de produtos, uma grande e complexa economia baseada nas trocas, no giro de moeda, na riqueza e na centralização das terras, dos alimentos e do capital. Pari passu à centralização, houve a socialização dos agravos ambientais e sociais. Neste momento da história, que já não data de hoje mas sim de 50 anos, a agricultura tradicional que mantinha alguma semelhança com seu aspecto original de subsistência é substituída majoritariamente no pós guerra da Segunda Guerra Mundial, dando lugar à agricultura moderna. Foi este novo sistema de produção das culturas agrícolas o principal responsável pelo cenário de eminente colapso descrito, lançando novo desafio à nossa espécie, que pôs-se mais uma vez pensar em novas soluções, assim como aprendeu a fazer ao domesticar e selecionar as plantas.
fonte desconhecida
            A agricultura alternativa, ou os sistemas alternativos de produção de alimentos têm como eixo principal a segurança alimentar, a geração de renda dos pequenos produtores e a sustentabilidade no uso dos recursos naturais. Embora estes sistemas alternativos devam servir de modelo e incentivo aos grandes proprietários de terra por motivos ambientais e ecológicos, garantindo a preservação dos recursos hídricos e dos solos, bem como dos ecossistemas naturais, seu escopo também alcança o sentido de justiça social no que se refere à segurança alimentar. Ao contrário da agricultura moderna caracterizada pelo mau uso do solo levando ao seu esgotamento, utilização irrefletida e deliberada de tóxicos, pesticidas e maquinaria pesada, a agricultura alternativa, muitas vezes tratada como agroecologia ou ainda, agricultura ecológica quando aliadas ao cunho político e social, prevê diferentes atitudes entendidas harmônica com a natureza. Algumas dessas atitudes são listadas como a independência do uso de agrotóxicos, o manejo sustentável do solo, a integração entre espécies nativas, arbóreas e de interesse econômico resultando nas agroflorestas, e comercialização dos produtos agrícolas garantindo renda familiar.  Dentre os modelos de sistemas alternativos de produção de alimento, podem ser elencadas algumas vertentes, a saber: Agricultura Orgânica ou Biológica, Biodinâmica, Natural, Nassenariana, e a Permacultura. Pode-se dizer que suas diferenças baseiam-se no núcleo principal das práticas, porém com o objetivo e princípios comuns característicos à agroecologia.
Algumas culturas comuns e consórcios são feitos principalmente entre as variedades de plantas frutíferas, batata, mandioca, feijão, milho, tomate, abóbora, café, peixes, aves, bovinos e suínos.         
fonte desconhecida
No âmbito nacional, o país tem dado discretos mas importantes passos na orientação do desenvolvimento rural sustentável, como o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, uma ferramenta de execução dos esforços nacionais. Já em outros níveis, como na cidade de Ribeirão Preto, conta-se hoje com significantes iniciativas pautadas na lógica agroecológica que vão de encontro ao sistema de produção local mais expressivo: o marcante e pesado (ambiental e socialmente dizendo) agronegócio sucroalcooleiro. Entre estas iniciativas, as desenvolvidas pelo Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) merecem destaque, como a empreendida pelo Assentamento Mário Lago. Neste assentamento, a agroecologia torna-se a espinha dorsal da produção de alimentos juntamente com a promoção de técnicas ambientais adequadas e sustentáveis do ponto de vista ecológico.


Autores: Caio César Damasceno Monção, Florença Freitas Silvério, Fernanda E. Arab e Loyná  Eua Flores e Paez 


Bibliografia utilizada: 

3 comentários:

  1. Olá, o texto de vocês está muito interessante e conseguiram demonstrar bem a importância da agroecologia e da agricultura familiar para o ser humano e o ambiente e como a agricultura moderna (monocultura, utilização de agrotóxicos, etc) massacra a de subsistência e que há poucos incentivos (sejam publicos ou privados) para este tipo de manejo.

    Grupo 8 - Aline Campelo Mendes e Ana Laura Furlan Blanco

    Como dito pelo José "Paraguaio" durante a excursão de hoje no Assentamento Mario Lago: "Vivemos muito próximos ao Aquífero Guarani e sofremos por falta de água em casa e na plantação, enquanto vemos em uma fazenda de cana próxima uma utilização de milhares de litros de água para irrigação". Além dessa desigualdade, há também muito preconceito ou pouco conhecimento a respeito dessa prática, e, portanto, muitos a criticam e alegam a ineficiência da mesma.

    Enfim, o texto está ótimo!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Como vimos na Agrofloresta, no Assentamento Mario Lago, está sendo criado um “tanque” para produção de peixes em pequena escala, associada à produção vegetal, o que é conhecido como aquaponia. O uso escalonado e agrupado dessas atividades promovem a auto-sustentabilidade e auxiliam na redução da fome ao fornecer subsídios para pequenos grupos familiares. Esse sistema integrado deve atender a três princípios: miniaturiuzação, retorno em um ciclo de produção, versatilidade e multiplicidade.

    http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/958146

    Grupo 6

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