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Fonte: http://plantas-ornamentais.com/wp-content/uploads/2009/10/as2.jpg |
Em períodos posteriores ao Heian, como o Kamakura e Edo, houve o
surgimento e ascensão do jardim Zen, jardim mais comum e conhecido pelo mundo.
Sobre a influência do Budismo e da ascensão dos Samurais, o jardim era de um
local para meditação. Inicialmente, durante o início do Período Kamakura, os
jardins ainda apresentavam muitas características construtivas do Período
Heian, no entanto, ao longo do tempo, os jardins começaram a refletir diversas
mudanças, impulsionadas pelo pensamento Zen.
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Fonte: https://airesbuenosblog.files.wordpress.com/2009/01/jardim-japones-260508.jpg |
Este jardim inclui um grande lago
situado no sopé de uma colina consistente com o estilo das Cortes Heian. No
entanto, os afloramentos de rochas ao redor da lagoa são decididamente mais
verticais do que seus antecessores que buscavam a horizontalidade. Em
consonância com o pensamento Zen, a partir do século XIV, o número de materiais
utilizados diminuiria em comparação aos extravagantes jardins de prazer secular
criados pela nobreza da Era Heian. O objetivo principal desses jardins Zen era
o de auxiliar à meditação. Já no período Edo houve um aumento da tendência de
envolver os participantes no jardim, por meio de técnicas visuais, onde o
observador era levado a visualizar determinada paisagem de acordo com sua
localização no jardim.
Sendo uma tradição muito
estimada e preservada nas casas, nos parques, em templos e nos velhos castelos
do Japão ajudaram a moldar a era feudal e também aspectos do cotidiano como a
cerimônia do chá. Nos últimos séculos podemos encontra
alguns tipos diferentes de jardins: jardim de passeio, jardim de chá, jardim de
pátio, jardim de ilha e lago e jardim seco. ![]() |
Fonte: http://construindo.org/wp-content/uploads/2013/12/jardim-japones-3.jpg |
Entre os elementos que podem aparecer
estão o Sakura (espécie de cerejeira, que simboliza a felicidade), Momiji-Gari
(Acer Vermelho ou Acer palmatum, espécie de carvalho que simboliza
melancolia), bambu (Bambusa multiplex, simboliza o dom humano de se
moldar a qualquer situação), pinheiros, salgueiro-chorão, azaleias, juníperos, Chamaecyparis
obtusa, Diospyros kaki, Pinus thumbergii, Prunus mume,
Camellia japônica, Magnolia stellata, Phyllostachis nigra, Iris
ensata, etc.
A parte mística pode ser atribuída as
lanternas de pedra que iluminam os jardins, elas auxiliam na concentração e na
iluminação da mente. O elemento da água é representado pelo lago e pelas carpas
simbolizando a substância vital para a existência. Os animais simbolizam a
fecundidade e o progresso. O Taiko Bashi (ponte) simboliza a ascensão a um
estágio espiritual e emocional mais elevado. As cascatas são o elemento central
do jardim, onde as rochas que a formam simbolizam a paternidade (a rocha
posicionada verticalmente) e a maternidade (a rocha posicionada horizontalmente
e da qual emana água). Os elementos do jardim buscam representar cinco
elementos: o Vazio, a União, a Impermanência, a Auto-expressão e o Respeito.
Outro elemento que muito influencia a
construção de um jardim japonês é a geomancia, o principio dos opostos
complementares, o Yin (negativo e passivo) e o Yang (positivo e ativo), que são
representados por pontos cardiais, cores e animais guardiões. No equilíbrio os
cinco elementos estão em harmonia, criando uma corrente: a madeira alimenta o
fogo, o fogo cria a terra, a terra cria o metal, o metal pode fluir como a
agua, a agua alimenta a madeira.
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Fonte: http://www.jardinaria.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/03/japanese-style-gardens-1.jpg |
Apesar de a maioria dos estudos sobre jardins
japoneses seja direcionada à restauração de antigos monumentos e pinturas,
Oishi (2012) demonstrou como os elementos presentes nos jardins orientais estão
de fato em harmonia com a natureza e influenciam na diversidade do local. Em
seu estudo procurou verificar a influência da estrutura de um jardim japonês
típico na biodiversidade de espécies de plantas briófitas. Neste estudo, Oishi
observou jardins japoneses da cidade de Kanazawa e neles pode perceber que o
fato dos jardins possuírem lagos e rochas próximas a ele permite o crescimento
de briófitas, aumentando, assim, sua biodiversidade.
Autores: Aline Campelo Mendes, Ana Laura Furlan
Blanco
Bibliografia utilizada:
- FERRAZ, M. V. Caracterização do jardim japonês de Ribeirão Preto - SP e germinação de sementes de pinheiros característicos do estilo. 2012. xi, 58 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, 2012. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/105167>
- OISHI, Y. Influence of urban green spaces on the conservation of bryophyte diversity: The special role of japanese gardens. Landscape and Urban Planning, v. 106, p 6-11, 2012.
- Blog Jardins Japoneses. Disponível em: http://www.jardimjapones.com.br/p/introducao_23.html. Acesso dia 31/05/2015
- Blog Lescan Jr – Histórico Jardins Japoneses. Disponível em: http://lescanjr.blogspot.com.br/2012/01/nao-ha-duvida-de-que-os-japoneses-tem.html. Acesso dia 31/05/2015
- Blog Info Escola – Jardins Japoneses. Disponível em: http://www.infoescola.com/cultura/jardim-japones/. Acesso dia 31/05/2015
- Site Cultura Japonesa . Disponível em: http://www.culturajaponesa.com.br/?page_id=426. Acesso dia 31/05/2015